jueves, 27 de agosto de 2009




A postagem pensou traduzir uma imagem na qual as funções fossem abordadas como fluxo, sem que um “eu” se apresente para ser vizualizado ou reconhecido. Mais como se tratasse de establecer um diálogo entre catálogos distribuídos pela mídia, publicidade inclusive, do que exatamente uma gênese ou invenção subjetiva. A obra como um todo cobrando algum sentido, porém potencializando o imáginário que orbita ao redor dessas imagens, que já são parte de nós, e que curiosamente parecem mostrar-se como mais intensas pelo que exibem diretamente, e somente por isso.
Ao mesmo tempo, no sentido oposto, aproximar a representação de algum sujeito à qualquer produção icônica conhecida, “estetiza eu!”. Por que não? Em tempos onde possuir uma imagem de si não é mais um privilégio, horizontalizar as formas de apresentar-se, direcionar a face que se dá publicamente é algo completamente lícito. No final das contas, tudo é irreal de qualquer forma, já não somos mais tão análogos.
[Uma vírgula: No título a palabra "chica" está empregada por seu significado em espanhol: garota.
Também é apropriação de um comentário anterior da amiga Laura Rios (gracias) que acabou batizando a imagem.]

2 comentários:

Unknown dijo...

Júlio,
Acho que meu comentário no DF vai na mesma direçãodo seu aqui.
A estética existe, é difundida mundialmente.
Apoderar-se dela e despreder-se o sujeito me parece ser um dos caminhos aqui.
Apesar de ser uma coisa direcionada na captura e no resultado, a produção também pode passar longe da "verticalização" que vc propõe.
Mesmo que com ela o resultado se assemelhe e lance a percepção ao "feito", ao já referenciado anteriormente.
É uma busca interessante, é uma maneira de talvez, "ver com olhos alheios" (no sentido estético da produção que falo).
Mas mesmo assim não deixa de ter um caráter "seu", "meu", entende?
Porque a concepção sempre é anterior, sempre parte de uma origem.
Qual seja, o autor.

Abraços.
Peri.

figurae dijo...

É meio aproveitar-se do pastiche de tipos genéricos de imagens. O texto que acompanha o post acaba desmascarando, mas tudo bem. A indução faz parte, move a vista. E nesse caso, aproveitar essa idéia de janela e tentar passar despercebido. Deixar que se apropriem.

aquela braço,
Inté Peri.